terça-feira, 6 de novembro de 2007

Devaneando

De noite vagueio
por ruas escuras.
Na penumbra persigo,
uma silhueta ao fundo.

Olho o Douro, reluzente.
A serenidade da corrente
é fonte de brilho,
de um riso incandescente que não desvanece.
É fonte de quietude,
de uma paz fulgente que em mim permanece.

A alma cedo aquece.
Está perto o amanhecer.

Sigo prestando atenção,
ao despertar que se adivinha.
Cedo nasce, dá-me a mão,
a súbita vontade de sair da linha.
E num devaneio, em plena loucura,
perco a cabeça, sigo na aventura.

A noite já se esconde,
o dia lhe sucede.

E na esperança pouco madura,
de quem pouco da vida percebe,
entrego-me a ti,
Porto cidade,
Tu dás-me o abrigo,
tu dás-me a paz.
Faltam-me soluções.
Deixo-as no entanto para ti,
que és mais capaz.

Quero parar de pensar,
voltar a rir apenas.
Quero perpetuar,
caprichosa e inconsequentemente,
o bel prazer de devanear.


mI



desenho: "devaneios" da Inês.

Obrigada! Mt talento p esses lados ;)

3 comentários:

Vasco disse...

oh mi estou deveras surpreendido tal a beleza interna e externa do teu poema :) mais espero de ti ... beijooooo oh doutura poetisa

su. disse...

dpalavras tao bonitas. fiquei encantada meu amor*

inês fernandes . disse...

Obrigada ... Pelos vistos o talento n é so para estes lados ;) COntinua a escrever assim..

Beijinho . (inês, prima da joaninha)