Foi, arriscou. Deu um passo em frente e entrou.
O que ali sentiu só ela sabe, o que ali viveu ao baú dos afectos recolheu, o que ali aprendeu para si guardou.
Avançou, teimou. Chorou, lutou. Outro passo em frente e continuou, seguiu para junto da luz que inicialmente a ofuscou.
Foi e foi só. Nunca estar só foi tão salutar e nunca estando apenas, se sentiu tão serena e puramente só. Outrora a companhia deixara cravado bem fundo no coração, o selo da agonia que é a solidão.
Chegou. Solitária, rejubilante. Estar consigo mesma devolveu-lhe a energia, conhecer-se outra vez restituiu-lhe a magia. A cor voltou, a vitalidade reconquistou. O tudo-quanto-tinha-para-penar juntou ao tudo-quanto-tinha-para-chorar e ali os enterrou. Cresceu.
Ali aprendeu e se fez mulher. O encanto, não o perdeu. A fantasia em que sempre viveu, permaneceu. Cresceu no fundo para voltar a si, ao que sempre soube ser.
Hoje tem a palavra, com ela agradece. Hoje sente que cumpriu mais do que era seu dever, que foi mais além do que alguém podia querer. Hoje sabe, tal criança engrandecida, que viver é mesmo tão simples quanto querer.
O dia de amanhã, não o pensa, não o quer prever. O dia de hoje, esse faz questão de acolher.
Photo: "Jump" by BB_cide
Obrigada amora silvestre pela inspiração *
2 comentários:
Mto bem Mariana, é preciso um blog pa mostrares a tua arte :p Gostei mto dos teus textos... Continua a criar, porque a vida sem arte perde a piada ;)
Beijinhos***
uma maravilha, sotora :D
gosto mais do anterior, mas tá bem.
Enviar um comentário